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Equipe:

Autor: Nicolas Ribeiro

Medo: a Trajetória

Uma caminhada... Uma jornada... Um destino... Foi assim comigo na manhã do dia 18 de outubro de 2015, momento esse, em que coisas inesperadas ocorreram.

O dia começou com o café da manhã delicioso, como sempre. E o tempo foi passando, tarefas foram concluídas e a hora do descanso havia chegado. Porém, quando eu havia sentado no sofá, senti a sensação de que algo ruim estaria prestes a acontecer. Aquele sentimento de que não importaria o que eu fizesse naquele momento, o resultado seria o mesmo.

Minha mãe chegou na sala e disse, com uma voz ao mesmo tempo tranquilizadora e preocupante, para eu ir ao correio e receber o que ela havia pedido.

Entretanto, teria que ir sozinho até lá, o que despertava um grande medo em mim. Eu até tentei convencê-la a ir comigo, porém foi inútil. Eu realmente teria que ir sozinho, e isso me dava uma sensação de medo e preocupação continua.

Tentei evitar, mas a hora chegou. Quando me dei conta, já estava em frente ao portão de minha casa.

Tomei coragem, e direcionei minha mão à maçaneta do portão. Senti, cuidadosamente, sua superfície metálica e fria, aumentando a sensação de preocupação. Girei a maçaneta e abri o portão. Passo a passo ia me distanciando de minha casa, e aquela sensação não ia embora de jeito nenhum, pelo contrário, ela só aumentava.

Comecei a caminhar. Ia seguindo em frente na rua que levaria ao correio. A cada 30 segundos, eu olhava para trás e via minha casa cada vez mais distante. Continuei caminhando com o mesmo ritmo, não vendo a hora em que chegaria ao meu destino. O tempo passou, e ainda continuei olhando para trás, com medo de estar sendo seguido ou algo do tipo. E aquele sentimento ainda não havia se dissipado. Aquele vento gelado batendo em meu rosto, o frio na barriga, o suor frio, o nervosismo, a preocupação, tudo isso me descrevia naquele momento.

Continuei caminhando e quando me dei conta, estava bem próximo do local ao qual minha mãe indicara. Um alívio veio em minha mente, ao saber que já estava quase chegando. Quando comecei a me acalmar, percebi que um barulho alto se aproximara. A cada instante que se passava, ele ficava cada vez mais alto.

Quando olhei para trás, vi que era uma moto que estava vindo em minha direção. Passaram-se cinco segundos e olhei para trás novamente. Havia duas pessoas na moto. Não consegui me conter, me desesperei. Meu coração começou a acelerar, a sensação de perigo se fez mais presente do que nunca, a cada passo, o suor frio ia aumentando, sentia o peso das minhas pernas e dos meus pés, olhava para trás toda hora e a única coisa que se passara em minha mente, era que eu seria assaltado ou que algo de muito ruim iria acontecer. O desespero e a sensação de perigo aumentaram.

A moto passou do meu lado...

Senti todas as emoções anteriores de uma só vez nesse momento. O barulho do motor mais alto do que nunca. O pensamento de que iria ser assaltado...

E a moto parou ao meu lado...

Nesse instante... A rua estava deserta, duas pessoas em uma moto estacionam bem próximos a mim. E o único pensamento que invadia minha mente era: estou em perigo.

Uma delas se vira para mim, puxando uma mochila das costas e abrindo uma de suas partes. O barulho do zíper me perturbava. Aquele chiado...

E a pessoa, lentamente, ia direcionando sua mão para dentro da mochila e retirando algo inesperado. O que mudaria totalmente o rumo dessa história.

Fim